Fabio Marin, professor da Esalq/USP, informa que o regime de chuvas está incerto por conta da la Niña
A previsão do clima para Piracicaba indica que as chuvas deverão ficar menor em 50 milímetros em fevereiro de 2022. Outro ponto é que a cidade está incluída na região com previsão de aumento de meio grau Celsius, com calor mais intenso em fevereiro e março – nos últimos 11 anos, a temperatura média na cidade variou bastante, chegando ao ápice no Verão de 2013/2014 (veja a tabela). Os dados são do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em prognóstico feito para o Verão – a tabela sobre temperatura no município foi feita com base em informações do Posto Meteorológico da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Para o professor do Departamento de Engenharia da Esalq, Fabio Marin, a temperatura não preocupa, mas sim a falta de chuvas.
Para o cálculo sobre as chuvas na região entre janeiro e março, o Cepagri usa modelos de previsão climática sazonal do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e do ECMWF (Centro Europeu de Previsão de Médio Prazo) junto do o prognóstico climático sazonal emitido pelo IRI (Centro Internacional de Clima e Sociedade) da Universidade de Columbia.
“Os modelos do IRI e do ECMWF não apontam para uma tendência evidente com relação às chuvas para o período, o que é sugestivo de chuva acumulada próxima à média climatológica. O modelo do Inmet, por sua vez, indica chuvas ligeiramente abaixo da média para o período, especificamente para o mês de fevereiro, para o qual há indicativos de anomalia negativa (déficit de chuva) de aproximadamente 50 mm. Para janeiro, a expectativa é de chuvas próximas à média”, informa a análise do Centro de Pesquisas da Unicamp.
O professor da Esalq explica que as chuvas serão influenciadas no Brasil pela La Niña – um fenômeno de resfriamento do Oceano Pacífico. “A região Sul tende a ter chuvas um pouco abaixo da média e a região Norte, acima da média. Como nossa região fica na transição entre o Sul e o Norte, há oscilações de padrões através dos anos. Então, a gente não sabe muito bem o que irá acontecer. Até este ano [2021], pudemos observar que a estação chuvosa começou mais cedo em outubro. Isso é bem-vindo depois de dois anos de seca, ajudando muito as pastagens e canaviais bem como o início da safra de milho e soja. Em novembro ficamos próximo da média e dezembro, um pouco abaixo da média. Estamos torcendo por mais chuvas para recuperar os anos de seca”, explica Marin.
Cristiane Bonin
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